Hepatite A

Hepatite A


Project Description

A doença é causada por um único sorotipo do vírus da hepatite A (VHA), da família Picornaviridae. As manifestações clínicas têm correlação direta com a faixa etária acometida pelo vírus. Abaixo dos 6 anos, predomina a forma assintomática, e apenas 10% desses indivíduos apresentarão icterícia. Já nas crianças maiores, o sintoma está presente em 40 a 50% dos casos e, em adultos, chega a 80%. A hepatite fulminante é forma rara, com média de 0,3%, podendo atingir até 2% nos indivíduos acima de 40 anos.

A disseminação do vírus da Hepatite A ocorre principalmente por via fecal-oral, de indivíduo a indivíduo, ou por ingestão de água e alimentos contaminados. O período de incubação é, em média, de 30 dias.  A partir do décimo dia do contágio, o vírus da hepatite A já pode ser detectado nas fezes. Como nos menores de 6 anos é frequente a infecção assintomática, isso faz com que este grupo tenha um grande potencial para disseminar a doença.

Apesar da evolução autolimitada descrita, a morbidade e a letalidade da hepatite A têm impacto significativo se considerarmos o número de dias de afastamento do trabalho, além da maior possibilidade de falência hepática aguda (FHA) acima dos 40 anos e em portadores de doença hepática. Neste último grupo, a letalidade descrita é de até 35% dos casos.

Em pacientes pediátricos, mesmo rara, a Hepatite A fulminante é responsável por expressiva proporção de transplantes hepáticos e foi relatada como a causa mais frequente em estudo realizado em centros de transplante na Argentina. Também em adultos, um estudo realizado no Serviço de Transplantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) mostrou uma sobrevida pós-transplante menor nos casos de FHA decorrentes da doença pelo VHA.

GRUPO DE RISCO

São considerados grupos em maior risco de aquisição da doença: viajantes que se deslocam para as áreas endêmicas, homossexuais masculinos, usuários de drogas injetáveis, indivíduos com distúrbios de coagulação e portadores de doença hepática crônica. Considerações devem ser feitas acerca de profissionais de saúde que manipulem água contaminada e esgoto, manipuladores de alimentos, tanto em risco de contrair a Hepatite A como possíveis transmissores em situações de surtos, assim como os profissionais que têm contato próximo com crianças pequenas (educação infantil e demais atividades envolvidas no cuidado destas).

PREVENÇÃO

A fase aguda coincide com período de maior eliminação do vírus da hepatite A nas fezes, portanto recomenda-se o afastamento de creches, escolas e outros ambientes de confinamento. A higiene pessoal e a limpeza e desinfecção de banheiros são muito importantes para evitar a disseminação.

A lavagem de mãos é grande aliada na prevenção da transmissão de doenças. O manuseio e o preparo de alimentos por pessoas com hepatite A é totalmente contraindicado.

As vacinas contra hepatite A possuem baixa reatogenicidade e são altamente eficazes. As taxas de soroconversão estão entre 94 e 100% em lactentes sem anticorpos maternos. A primeira dose já promove soroconversão de 90%, em 15 dias após a aplicação,  e de 99 a 100% após a segunda.

ESQUEMA VACINAL

A vacina é indicada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e pelo Centers for Disease Control (CDC) para todas as crianças a partir de 1 ano de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) inclui em seus calendários a vacinação em crianças, adolescentes e adultos suscetíveis.

O esquema da hepatite A para adultos e crianças a partir de 1 ano de idade, consiste em duas doses com intervalo de 6 a 12 meses entre elas (0 e 6meses ou 0 e 12meses).

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