É uma doença infecciosa, não contagiosa causada pela tetanospasmina, uma potente exotoxina produzida pelo Clostridium tetani, largamente encontrado na natureza sob a forma de esporo, sobretudo no solo e nas fezes de animais herbívoros. Também é encontrado em águas putrefeitas, pregos e latas enferrujadas, plantas, entre outros. Não é transmitido entre pessoas. Sua principal característica é causar espasmos dolorosos, rigidez dos músculos e distúrbios neurológicos.
O tétano acidental acomete as pessoas quando manuseiam o solo ou materiais contaminados com os esporos do bacilo tetânico. Nesse caso, a infecção ocorre por meio de ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza, desde que haja a introdução dos esporos.
O período de incubação (aparecimento da ferida e primeiros sintomas) varia de um dia a alguns meses, mas é comum que aconteça de três a 21 dias. Quanto menor o tempo de incubação pior é o prognóstico e a gravidade da doença.
FATORES DE RISCO
Alguns fatores contribuem para o desenvolvimento do tétano. Veja:
- Não ter se vacinado contra tétano ou não ter realizado o esquema correto da vacina;
- Apresentar uma ferida ou um ferimento na pele, causado por algum objeto enferrujado e sujo.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
O Tétano é uma doença que pode ser evitada desde que alguns cuidados sejam observados:
* Mantenha o esquema de vacinação em dia. Muitos adultos jamais tomaram a vacina dupla contra tétano e difteria e, mesmo os que já tomaram, costumam esquecer-se das doses de reforço;
* Não pense que apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar a doença. A bactéria do tétano pode ser encontrada nos ais diversos ambientes;
* Limpe cuidadosamente com água e sabão todos os ferimentos para evitar a penetração da bactéria;
* Saiba que o tétano é uma doença grave, às vezes, fatal, se a pessoa não for atendida prontamente num hospital. Não hesite diante de sintomas que possam sugerir que ela tem a doença.
ESQUEMA VACINAÇÃO CONTRA O TÉTANO
Atualmente, a proteção contra o tétano só é encontrada em vacinas combinadas, a vacina e o esquema vacinal administrado depende da idade do paciente.
De qualquer forma, todas as pessoas devem estar com o esquema de vacinação contra o tétano completo.
Em crianças o esquema é composto de 3 doses (2m, 4m e 6m) e mais 3 reforços (entre 15m e 18m, aos 5 anos e aos 10 anos). Em adultos o esquema básico deve totalizar 3 doses com a segunda dose 2 meses após a primeira e a terceira dose 6 meses após a primeira, e deve ser reforçado a cada dez anos.
| ESQUEMA ANTITETÂNICA DE ACORDO COM AS IDADES | ||||||
| 1ª dose | 2ª dose | 3ª dose | 1º reforço | 2º reforço | 3º reforço | |
| Crianças | 2m | 4m | 6m | 15 a 18m | 5 anos | 10 anos |
| Adultos
(0, 2, 6) |
Reforço a cada 10 anos com esquema básico completo. Em esquemas incompletos, deve-se completar o esquema até totalizar 3 doses da vacina antitetânica. | |||||
Existem diversas vacinas de tétano combinadas encontradas no mercado brasileiro, confira abaixo suas principais apresentações:
PENTA de células inteiras
No PNI o tétano é encontrado associado a vacina de difteria, coqueluche (células inteiras), Hib (Haemophilus influenzae) e hepatite B, conhecida como penta. É administrada em crianças aos 2 meses, 4 meses, 6 meses e 15 meses. Por ser associada com a coqueluche de células inteiras (DTPw), é caracterizada por causar mais reações adversas locais e sistêmicas.
PENTA e HEXA acelular
Na rede privada, a antitetânica também é encontrada em combinação com outras vacinas (Penta e Hexa). A vacina Hexa é composta por difteria, tétano, coqueluche (acelular), Hib (Haemophilus influenzae), hepatite B e pólio inativada (IPV). Já a penta possui a mesma composição, porém sem a hepatite B. A hexa é administrada aos 2 meses e 6 meses. Já a penta é dada aos 4 meses e 15 meses. Ambas possuem a vantagem de serem acelular, devido a combinação com a coqueluche acelular (DTPa), e por isso causam menos reações locais e sistêmicas. Muito indicada para prematuros ou crianças que tenham apresentado reações graves a vacina penta de células inteiras do PNI.
dTpa – difteria, tétano e coqueluche acelular
Pode ser usada a partir dos 4 anos de idade. Uma dose apenas desta vacina é indicada dentro do esquema de três doses contra o tétano. Por proteger contra a coqueluche, é a vacina de escolha para esquemas de tétano em gestantes e reforços em adolescentes. A SBIm recomenda esta vacina como reforço aos 10 anos de idade, e também recomenda uma dose para gestantes, a cada gestação, a fim de proteger o bebê contra a coqueluche até o seu quinto mês de vida. Esta vacina é encontrada na rede privada, e no PNI somente para completar o esquema vacinal contra o tétano para as gestantes.
DUPLA ADULTO (dT) – difteria e tétano
Usada para completar o esquema de três doses contra o tétano. Preferencialmente o esquema deve ser feito com uma dose de dTpa e duas doses de dT. Pode ser administrada a partir dos 7 anos. Encontrada somente no PNI.
dTpa + IPV – difteria, tétano, coqueluche acelular e pólio inativada
Indicada nos reforços dos 5 anos de idade e adultos. Esta vacina também é recomendada na falta da vacina dTpa e para pessoas que pretendem viajar para países nos quais a poliomielite é endêmica.
